É denominada vinho fino branco, a bebida alcoólica, resultante da fermentação do mosto (suco natural) extraído de uvas brancas e, também de uvas tintas. Mas, sem permitir que haja contato prolongado ou maceração das películas (cascas) das uvas no mosto.
A polpa tanto da uva branca quanto da uva tinta é “branca”, por assim dizer. E, quando prensada esta polpa dá origem a um suco turvo considerado “branco”. O que fornece cor ao vinho são os pigmentos das cascas das uvas tintas. Para tornar o vinho tinto é preciso que as cascas das uvas pretas descansem no mosto ou seja, haja maceração. Logo se impedirmos o contato das cascas das uvas tintas com o mosto após a prensagem, obteremos o chamado vinho branco.
Os franceses denominam o vinho branco elaborado com uvas brancas de blanc du blans – cuja tradução significa, branco de brancas. E, denominam o vinho branco fabricado com uvas tintas de blanc du noirs – cuja tradução significa, branco de negras.
Principais cepas tintas viníferas e regiões de maior e melhor cultivo, empregadas na elaboração dos vinhos blanc du noirs:
CEPA |
PRONÚNCIA |
REGIÕES DE ORIGEM |
Pinot Meunier | Pinô mêniér | França, (Vale do Loire, Champagne), Alemanha, Áustria, Suíça |
Pinot Noir | Pinô nôar | França (Borgonha, Champagne), Alemanha, Califórnia, Chile |
Principais cepas brancas viníferas e regiões de maior e melhor cultivo, empregadas na elaboração dos vinhos blanc du blancs:
CEPA |
PRONÚNCIA |
REGIÕES DE ORIGEM |
Aligoté | Aligotê | França (Borgonha), Rússia. |
Alvarinho | Alvarinho | Portugal (Vinhos Verdes) |
Chardonnay | Chardoné | França (Borgonha, Champagne), Califórnia, Chile, Nova Zelândia. |
Chasselas (Fendant) | Chasselás (Fendã) | França (Alsacia, Loire), Alemanha (Baden), Suíça. |
Chenin Blanc (Steen) | Chenan blã (stin) | França (Loire), Califórnia, África do Sul. |
Furmint | Furmin | Hungria, Áustria, Eslováquia, Croácia, Romênia. |
Gewürztraminer | Guevustramina | França (Alsacia), Alemanha, Itália (Norte), Califórnia. |
Malvasia (Malmsey) | Malavasia (Malmissei) | Mediterrâneo, Ilha da Madeira. |
Müller Thurgau | Míla turgô | Alemanha, Áustria, Nova Zelândia |
Muscadelle | Muscadél | França (Bordeaux) |
Muscat | Muscá | Mediterrâneo, França, Espanha, Itália, Austrália |
Palomino | Palomino | Espanha (Jerez) |
Pinot Blanc | Pinô blã | França (Borgonha, Champagne, Alsacia), Alemanha, Itália (Norte), Califórnia, Chile |
Pinot Gris | Pino grí | França, Itália, Áustria, Califórnia, Òregon, Canadá, Nova Zelândia, África do Sul, Austrália, países eslavos do leste europeu. |
Riesling Itálico | Ríslin itálico | Itália (Norte), Europa Oriental |
Riesling Renano | Ríslin renano | Alemanha, França (Alsacia), Áustria, Califórnia, Chile |
Sauvignon blanc | Sôvinhon blã | França (Bordeaux, Loire) Califórnia, Chile, Nova Zelândia. |
Sémillon | Semilhon | França (Bordeaux: Sauternes), Califórnia, Chile. |
Sylvaner | Silvanér | Alemanha, França (Alsacia), Itália (Norte), Califórnia. |
Trebbiano (Ugni blanc, St. Émilion) | Trebiano (uguini blã, san emilhon) | Itália (Toscana, Emilia-Romagna, Vêneto, Lombardia), França (Cognac, Provence) |
Vernaccia | Vernátia | Itália (Ligúria, Marches, Toscana, Sardenha). |
Viognier | Vionhiê | França (Vale do Rhône), Croácia, Austrália, Chile, Itália, África do Sul. |
* Dependendo da região onde são cultivadas as cepa podem ter diferentes nomes.
OS ESTILOS DE VINHOS BRANCOS
De acordo com a intensidade de aromas, cor, sabor, acidez e textura, os vinhos brancos podem manifestar-se em 5 estilos distintos. Por vezes, uma mesma casta pode produzir dois ou mais estilos diferentes ao mesmo tempo, pois de acordo com a variação do terroir, as propriedades organolépticas dos vinhos também variam.
1. SECO LEVE E NERVOSO
Fácil de beber, leve, refrescante devido a uma boa acidez; aromas simples; final fresco.
SERVIÇO: Deve ser bebido muito jovem e servido a 8° C.
2. SECO MACIO E FRUTADO
Sabor frutado, corpo leve e bastante fresco; aromas florais e/ou frutados; final perfumado.
SERVIÇO: Deve ser bebido nos 2 primeiros anos de garrafa e servido entre 8 e 10° C.
3. SECO AMPLO E ELEGANTE
Sabor rico, elegante, bom corpo e bastante equilibrado; aromas complexos e elegantes; final longo e persistente.
SERVIÇO: Deve ser bebido após 2 e não mais que 3 anos de engarrafado e servido entre 10 e 12° C.
4. SECO MUITO AROMÁTICO
Rico em sabor e untuoso, paladar original; aromas frutados com toques de condimentos; final persistente.
SERVIÇO: Servido jovem e fresco entre 8 e 10º C para o Muscat e de 3 a 5 anos de engarrafado entre 10 e 12° C para as outras cepas.
5. MEIO-SECO, AVELUDADO, LICOROSO
Sabor rico devido a maior ou menor presença de açúcares residuais, com a textura untuosa, macia, equilibrada por uma boa acidez; aromas frutados; final aromático persistente.
SERVIÇO: Deve ser bebido de 3 a 5 anos de envelhecimento mínimo em garrafa, entre 8 e 10° C.
VINHOS BRANCOS QUE DEVEMOS CONHECER
CHABLIS – Vinho francês AOC – Appellation Chablis Contrôlée, produzido na região de Chalis, ao norte da Borgonha, seco e meio encorpado, elaborado com a cepa Chardonnay.
POUILLY-FUISSÉ – Vinho francês AOC – Appellation Pouilly-Fuissé Contrôlée, produzido ao sul da Borgonha, seco, fresco, perfumado e de textura sedosa elaborado com a cepa Chardonnay.
SANCERRE – Vinho francês AOC – Appellation Sancerre Contrôlée, produzido na região de Sancerre no Loire Central. Geralmente branco, embora também existam o rosado e o tinto, mas não tão proeminentes quanto o branco. É seco, meio encorpado e complexo, elaborado com a cepa Sauvignon Blanc.
POUILLY-FUMÉ – Vinho francês AOC – Appellation Pouilly-Fumé Contrôlée, produzido na região de mesmo nome no Loire Central, seco, meio encorpado e aromático, elaborado com a cepa Sauvignon Blanc, localmente chamada de Blanc Fumé.
VOUVRAY – Vinho francês AOC – Appellation Vouvray Contrôlée, produzido na região de Vouvray, em Touraine no Vale do Loire, meio encorpado, que pode ser seco (sec), extra-seco (sec tendre), meio seco (demi-sec) ou doce (moelleux), ou ainda espumante, elaborado com a cepa Chenin Blanc.
VINHO VERDE – Vinho português de denominação de origem produzido na região do Minho, ao norte de Portugal. Geralmente branco, embora também existam o rosado e o tinto, é pouco encorpado, seco e animado. Tem como a principal cepa empregada na sua elaboração a Alvarinho.