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O Saber dos Sabores
Vevé Bragança
Curso de vinhos | Ver todos

O que é um bom vinho?

Todavia, o gosto das pessoas seja algo subjetivo e peculiar, existem parâmetros que nos possibilitam analisar, de maneira técnica e objetiva,  se um vinho é bom ou ruim.

O primeiro deles é a acidez. Percebida nas papilas laterais posteriores da boca, a acidez dos vinhos nos causa uma sensação de salivação.

Via de regra, todo vinho precisa ter acidez. Uma vez que, os vinhos são bebidas, naturalmente gastronômicas, que devem sempre nos fazer salivar. A saliva lubrifica a boca e nela encontra-se a ptialina, uma enzima que digere parcialmente o amido dos alimentos, transformando-o em maltose.

O que deve ser considerado sobre a acidez de um vinho, é a sua intensidade. Sutil ou pronunciado, o grau de acidez de um vinho irá depender do seu tipo, da sua idade, da cepa ou variedade da uva com a qual é elaborado e do teor de açúcar que a bebida possui. Assim, vinhos jovens tendem a ser espontaneamente mais ácidos do que os vinhos mais maduros e evoluídos. Bem como, os vinhos brancos e espumantes tendem a ser mais ácidos que os tintos. E por sua vez, os vinhos secos são sempre mais ácidos do que os meio secos e doces.

A idade de um vinho, pode ser identificada através da data da safra que está grafada no seu rótulo. Assim como, a sua classificação quanto à cor e ao teor de açúcar. A cepa ou as cepas com as quais os vinhos são elaborados podem estar, tanto descritas no rótulo, quanto no contra rótulo do vinho.

Quando um vinho demonstra, ao paladar, falta de acidez ou acidez exacerbada, tais percepções revelam-se defeitos inaceitáveis à bebida. A falta de acidez torna o vinho desinteressante, em gíria de sommelier, mole ou chato. Por sua vez, a acidez em excesso o torna vinho intragável.

Outro importante parâmetro a ser observado, com bastante atenção nos vinhos, é a percepção do álcool. O vinho é uma bebida fermentada e como tal, a percepção sobre a a presença do álcool deve ser sutil. O aroma característico de álcool etílico pronunciado ao olfato e a sensação de calor na boca e na garganta, próprios das bebidas destiladas, quando ocorrerem no vinho, devem ser considerados como um defeito inaceitável.

Por último, todavia, não menos importantes, há um parâmetro, que requer mais conhecimento e experiência por parte do degustador, o qual diz respeito às propriedades organolépticas (cor, aroma e sabor) e às texturas dos vinhos, as quais estão intimamente relacionadas às cepas com as quais os vinhos são elaborados e com o seu tempo de evolução em madeira (barris) e em garrafa. Um vinho deve possuir características de cor, aroma esabor e texturas, consonantes com as variedades de uvas com as quais a bebida é fabricada e o seu tempo de envelhecimento, que tanto pode ocorrer em barris de carvalho, quanto em garrafa, ou em ambos. Entretanto, há vinhos que são fabricados com o propósito de serem consumidos ainda jovens, logo que prontos e engarrafados, sem passar por estágio em madeira.

No mercado de vinhos, sobretudo em países onde ainda não está sedimentada a cultura de consumo da bebida, como no Brasil, existe uma série de armadilhas, às quais o consumidor neófito está vulnerável. Neste ínterim, empresas localizadas em países de grande tradição vinícola, com propósitos meramente financeiros, fabricamvinhos de baixa qualidade, cujo foco é a exportação para países como o Brasil, cuja população não possui grande experiência de consumo da bebida, mas, que tende a dar prefefência pela compra de produtos importados. Alguns países chegam até a fabricar vinhos com sabores sutis de baunilha e madeira, como se estes, houvessem passado por estágio em barris de carvalho, entretanto, tais sabores são adicionados artificialmente, para mascarar a bebida. O pior, é que estes vinhos estão expostos ao consumidor brasileiro, não apenas nas grandes redes de varejo, mas, também em algumas casas, supostamente, especializadas e em restaurantes, os quais deveriam prezar por oferecer produtos de boa qualidade aos seus clientes.